Maior dança folclórica portuguesa mobiliza cidade nos Açores

Em 23 de julho de 2023, a cidade de Madalena, nos Açores, Portugal, parecia receber a coreografia de abertura dos Jogos Olímpicos.

Mas, na verdade, as centenas de dançarinos vestindo chapéus se preparavam para quebrar o recorde da maior dança folclórica portuguesa, a Chamarrita.

A tentativa oficial, organizada pela Câmara Municipal da Madalena (Portugal), reuniu 812 participantes no gramado do estádio da cidade. A instituição já havia conquistado o título anteriormente com 544 participantes em 2015, mas acabou superada nos anos seguintes.

A motivação para retomar o recorde foi celebrar o patrimônio cultural dos açorianos no aniversário de 300 anos de fundação do município da Madalena.

Para conquistar a nova marca, a população precisava dançar a Chamarrita de forma sincronizada por pouco mais de cinco minutos, seguindo os passos anunciados por Mário Silva, o comandante da roda.

Conforme os pares registravam sua entrada no local, Mário guiava todos a seus lugares. Com a ajuda de outros membros da organização, a multidão se alinhou em círculos concêntricos, com mulheres e homens intercalados.

Apesar das arquibancadas estarem cheias, parecia que a dança de Madalena não iria superar o número de casais do recorde anterior de 747 pessoas, conquistado pelo Centro Cultural Português de Mississauga (Canadá), em 2022.

Então, a organização da cidade portuguesa decidiu convidar a plateia para o baile até que atingissem o número necessário.

Os participantes ensaiaram a roda algumas vezes antes da tentativa oficial começar. Os passos, que não eram para leigos, incluíam trocas de duplas de forma sincronizada, inversões de sentido e pisadas similares às do fado gaúcho —dança brasileira que nasceu da influência colonial portuguesa.

Depois da roda aquecer, o Adjudicador do Guinness World Records e as três testemunhas oficiais se posicionaram no campo para dar início à dança.

“O comandante me disse que estava pronto. A música começou e, quando foi dado o primeiro passo de dança, acionei o cronômetro”, explicou o Adjudicador do GWR. “A dança foi executada corretamente na primeira tentativa, mas gostaram tanto que fizeram uma segunda”.

As demais testemunhas também apuraram a precisão dos dançarinos, que ficaram felizes por quebrar o recorde.

Segundo os organizadores, o título de maior dança folclórica portuguesa foi possível, pela segunda vez, graças a uma ampla divulgação da tentativa na cidade de Madalena, que promoveu parcerias com as ilhas açorianas do Pico, Faial e São Jorge.

A Câmara Municipal ainda preparou atividades promocionais e até aulas de Chamarrita para o evento.

“As festas da Madalena são nossas tradições que ultrapassaram séculos e continentes”, afirmou Catarina Manito, vice-presidente da Câmara Municipal da Madalena.

A dança, segundo Manito, representa tanto a paixão da população atual quanto a dos antepassados. “No momento em que celebramos 300 anos de existência, projetamos nossa ilha no mundo”, celebrou.